27 de março de 2012

Falo ou não falo???


Ontem, postei essa foto no face, mas antes, fiquei refletindo um pouco.

Primeiro porque muita coisa que você posta em prol de um sentimento ou pensamento particular, ou apenas porque se identificou com foto ou frase em algum momento da vida, algumas pessoas vestem a carapuça e já acham que é uma indireta pra elas. Ai, começam um retaliação de frases e postagens que percebe-se que é uma resposta (in)direta ao que você postou. E cresce uma situação nada a ver, do nada e sem porquê, rs.

Segundo, porque eu acho uma grande verdade! E eu comecei a perceber isso quando às vezes, numa conversa informal com amigos, eu dava uma opinião ou expressava um sentimento. Às pessoas estão prontas para falar, mas não estão preparadas para ouvir. Na era da "liberdade de expressão", todo mundo fala o que quer, o que pensa, o que acha, a torto e a direito. Mas ouvir, principalmente críticas, mesmo que sejam construtivas, ninguém gosta! Tem muita gente pronta a apontar o dedo pra você e seus defeitos, suas falhas. Mas, quando é apontado o mundo desaba!

Vive-se um momento muito individualista nas relações, de todos os cunhos: familiar, de amizade, de amor, com colegas de trabalho, amigos de atividades de lazer e por aí vai. Pela falta do contato pessoal, pois o contato virtual fica muito mais prático nessa correria que se vive, muita coisa é mal interpretada. Um pingo no "i" mal visto vira ponto final e pode até finalizar uma relação. E fora que tenho percebido que as pessoas andam mais egocêntricas, salvo alguns casos em que realmente há momentos que a gente se enrola na vida, muita gente só reclama dos outros, mas também faz a linha "venha a mim!". O problema do outro é maior que o seu, o dia-a-dia do outro é mais corrido que o seu, as preocupações do outro são menores que as suas, o que o outro sente e fala é menos importante que o que você acha. Há um certo desmerecimento com a causa humana. Ao meu ver, ninguém é melhor do que o outro. Todo sofrimento merece cuidado, todo problema é grande e todos precisam das mesmas coisas: atenção, carinho e respeito.

Só que quando você, resolve sair da sua zona de conforto, da sua acomodação e ser sincera, as pessoas não gostam. Ou você vê coisa aonde não existe, ou super eleva uma situação, ou faz tempestade em copo d'água e etc... e muitas críticas vem chovendo na sua horta. É mais fácil então, ficar calada com as suas insatisfações, já que é sempre mal interpretada e incompreendida. Só que, eu não consigo ser assim! Eu prefiro falar. Só dessa forma, através do diálogo, pode-se resolver algo. Ou que não resolva, mas que a nossa posição com relação a algo ou alguém fica explícita.

Enfim, prefiro ser taxada de sincera do que de falsa. Mesmo correndo o risco de ser mau interpretada.
Não tô querendo mandar recado implícito, nas entrelinhas à ninguém em especial. Apenas estou expondo uma situação que eu vejo acontecer muito, principalmente comigo. Sim, tenho erros, defeitos e muitas atitudes e um jeito de ser que deve desagradar ou incomodar algumas pessoas. Ou em alguns aspectos ou no conjunto da obra, rs. Assim como todo mundo, pois ninguém é perfeito. "De perto, ninguém é normal". Uma frase dita por anos e que eu não sei a quem creditar agora. Mas, minha tia costuma dizer lá em casa, quando há desavenças ou incompatibilidades 1000 que "família só é bom na foto!", justamente por isso: sob o olhar distanciado, não existe nada de ruim. Mas, a convivência faz aflorar as imperfeições e os desagrados. Ter as discórdias, as brigas, a não concordância mútua e uma série de outras coisas que só acontem porque as pessoas se aproximam e se mostram como são. Só ator consegue viver representando. Nem que seja apenas seu pai e sua, mãe, ou seu cachorro, alguém ao menos saberá como você é de verdade na vida.

Mas, esses embates não são ruins. Só são vistos como ruins. Se encarados como "um toque" para melhorar, prestar mais atenção aos gestos, no que deixou de fazer, no que fez de errado e principalmente, se colocar no lugar do outro e perceber, sentir, se gostaria que o outro fizesse da mesma forma com você o que você fez ou está fazendo, a solução surgiria muito fácil. Mas, as pessoas preferem encarar a sinceridade como uma ofensa pessoal. Como um tiro certeiro no coração. Uma grande traição "pensar" que fulano ou sicrano não foi legal em suas atitudes. Ai o jogo muda e você é que passa a não prestar, não ser legal, ser neurótica, egoísta, problemática e por ai vai... Algumas pessoas acham um exagero você se impor!

Mesmo assim, continuarei sendo fiel ao que acredito, ao que acho certo, à minha consciência tranquila de agir de acordo com meus valores. Se algumas pessoas se sentem ofendidas ou magoadas por causa de uma opinião não compatível, ou de uma opinião baseada no desagrado de uma atitude, de algumas ações ou comentários que não foram legais só posso lamentar. E me lembrar de prestar mais atenção às atitudes delas que se julgam não questionáveis, mas com certezas, suas atitudes falam por si.

Beijokas e uma boa terça-feira!

Um comentário:

Cris Medeiros disse...

Faz tempo que só abra minha boca e só coloco meus dedos para funcionar quando:

- O assunto realmente me incomoada ou me estimula.

- Quando acho que o que vou dizer pode alterar algo, minimamente que seja.

Se esses dois quesitos estiverem juntos eu digo o que penso, caso contrário eu largo pra lá porque na época do politicamente correto, não tenho paciência para contestações com frases feitas, tiradas de livro de autoajuda.

Beijocas