6 de outubro de 2011

Um xodó: cachorros


"Não é toda pessoa que sabe amar um animal, mas é todo animal que sabe amar uma pessoa.
Só quem tem um coração puro, sabe amar..."

                                                                                                (Giseli Silva)

 Quantas vezes chegamos em casa aborrecidos por mais um dia cansativo de trabalho ou da escola... Não queremos conversar prefirimos ficar sozinhos. Culpando e amaldiçoando a vida... Por tudo que nós acontece e achando que ninguém, gosta de nós. Então, vem correndo e saltitando de alegria o seu cãozinho. Aquele que muitos não dão o seu devido valor, aquele animalzinho que te defende de um ataque de outros animais ou do próprio ser humano. Com a linguinha para fora esperando, esperando, esperando até que vc abaixe os seus olhos e estenda a suas mãos para ele... que só quer de vc um pouco de atenção e de carinho para ser feliz.


"E quando acaricio a cabeça do meu cão, sei que ele não exige que eu faça sentido ou me explique".

(Clarice Lispector)


"Cães têm uma forma de encontrar as pessoas que deles necessitam,
preenchendo um vazio que nem sequer elas sabem que tem."

Por isso, pense duas vezes antes de ter um animal em casa. Se não for capaz de cuidar dele e acima de tudo, amá-lo é melhor que não o faça, deixe que outros façam isso por você.




Podem me chamar de desalmada ou de qualquer coisa,
Mas, sempre tive mais pena de cachorros sem casa e sem comida, do que de gente.
Porque pessoas podem mudar sua vida, os cachorros não tem escolha.



Porque algumas pessoas, dias, meses ou anos depois, por motivos bobos ou por alguma cisma, acham que ter um animal em casa é um grande erro. E como todo problema, tem que ter uma solução. A mais rápida é abandonar nas ruas um animal acostumado a ter água, comida, um lugar quente pra dormir e protegido dos perigos. Não sei como seres que agem assim conseguem ter a consciência tranquila e deitar a cabeça à noite no travesseiro e dormir. É crueldade. É desumano! E eles ficam vagando, a espreita de um afago, de um alimento, de um olhar de carinho para seguir, pois ficaram sem rumo, perdidos sem saber o que fazer. Muitos acabam morrendo. Poucos têm sorte de serem adotados por pessoas com bom coração. São sortudos, ganharam uma segunda chance na vida. Infelizmente, o fim da maioria não é feliz e nem bonito. Por isso, deixo aqui um sábio texto, que não sei quem o escreveu. É comovente, triste, porém verdadeiro. Toda vez que o leio choro, abraço meus cachorros e agradeço a Deus por ter eles comigo, sempre! E peço também que Deus dê mais nobreza de espírito, sensibilidade e amor no coração das pessoas. Para que elas entendam que animal pode não ser gente, mas tem sentimento e merece respeito. Respeitar a vida, é fundamental!


"Sabe Senhor. Ainda não entendi, viemos à praça, pensei ser um passeio, estranhei, ele não tinha esse hábito, mas vim, feliz. Aqui chegando, deu as costas, entrou no carro, e nem disse adeus.

Olhei para os lados, nem sabia o que fazer ainda tentei segui-lo e quase fui atropelado. O que eu teria feito de tão mau?

À noite, quando ele chegava, eu abanava o rabo, feliz, mesmo que ele nunca viesse me ver no quintal. Às vezes eu latia, mas havia estranhos no portão, e não poderia deixá-los entrar sem avisar meu dono.

Quem sabe foi a mando de minha dona, por eu estar lhe dando trabalho. Não foram as crianças: elas me adoravam, e creio que nem sabem o que aconteceu, devem ter-lhes dito que eu fugi.

Como sinto saudades! Puxavam-me a cauda, às vezes eu ficava uma fera, mas logo éramos amigos novamente.

Estou faminto, só bebo água suja, meus pelos caíram quase todos. Nossa, como estou magro!

Sabe, Pai, aqui neste canto que arrumei para passar a noite, faz muito frio, o chão está molhado. Creio que hoje vou me encontrar aí contigo, no céu. Meu sofrimento vai terminar, e mesmo em espírito, vou ter permissão para ver as crianças.

Peço-vos, então, não mais por mim, mas pelos meus irmãozinhos. Mande-lhes pessoas que deles tenham compaixão. Como eu, sozinhos não viverão mas que alguns meses na terra do homem.

Amenize-lhes o frio, igual ao que agora eu sinto, com o calor de atos de pessoas abençoadas. Diminua-lhes a fome, tal qual a que sinto, com o alimento do amor que me foi negado.

Mate-lhes a sede com a água pura de seus ensinamentos, transmitidos ao homem, elimine a dor das doenças, extirpando a ignorância da terra.

Tire o sofrimento dos que estão sendo sacrificados em rituais, em laboratórios e tudo mais, tirando dos humanos o gosto pelo sangue.

Ampare as cachorrinhas prenhas que verão suas crias morrerem de fome, frio e pestes, sem nada poderem fazer.

Abrande a tristeza dos que, como eu, abandonados - Entre todos os males, o que mais doeu foi esse.

Receba, Pai, nesta noite gélida a minha alma, pois não será mais meu sofrimento, mas dos que ficarem, e por eles vos peço.

Amém..."



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