12 de novembro de 2012

1 min é muito pouco...




Gosto muito de ver programas tipo "The X Factor", "The Voicer", "Ídolos", "American Idol". Gosto de ver o talento e a vocação natas. Gosto de ver o empenho em batalhar para se superar e atingir os objetivos que se quer. Gosto de ver como os aspirantes a futuros astros da música lidam com a pressão e com os demais competidores que acabam virando inimigos, mesmo que não declarados. Sim, porque para ser um artista completo você precisa obter uma série de fatores que vai além de ter uma voz bonita e cantar bem. Tem que ter técnica vocal, carisma, postura de palco, são ensaios, coreografias e uma vida completamente dedicada à carreira e que acabam sendo tolhidos e impedidos de uma vida mais "normal". Muita gente acaba não aguentando a barra e surta ou larga de mão e começa a fazer besteiras. Isso acontece em diversos ramos profissionais, mas os ramos em que as pessoas se tornam públicas e famosas ainda é pior. Tem a imprensa massacrando, a mídia incessante e lidar com a sua imagem exposta, palavras que você não disse e julgamento de suas ações por pessoas que nem te conhecem e muitas vezes nem sabem da história toda. 

Bom, mas isso tudo é apenas um adendo. Vendo e os candidatos desses programas, independente se elas se dão bem ou não, fato que restam a eles apenas poucos minutos, quando não segundos para dar tudo de sí e mostrar a que vieram. E nem sempre preparados psicologicamente, acabam submergindo à pressão, ao nervosismo e nem sempre a apresentação sai como desejada e com o resultado que eles se empenharam tanto para conseguir. Muitas vezes temos apenas uma única chance para agarrar com unhas e dentes a oportunidade de nossas vidas, que geralmente é única! Mas será que apenas alguns minutos é suficiente para mostrar todo o potencial de alguém?

Fico me perguntando isso, primeiro porque danço e às vezes, em um determinado momento importante dá aquele famoso branco. E logo eu que ensaiei horas, dias, semanas e meses. Aperfeiçoei os movimentos, senti a música, criei a interpretação e na hora... nada sai. É frustrante. Assim como na vida, seja numa entrevista de emprego, numa discussão, numa conversa informal, às vezes você tem a resposta na ponta da língua e ela te falta quando você mais precisa, rs. Depois você lembra da palavra que esqueceu, da resposta ensaiada. Só que nisso, dependendo da situação, era a sua chance de aparecer, de fazer acontecer e a sensação por essas faltas é que você, sim, você mesmo que batalhou tanto para aquilo, derrubou a si próprio. Na vida é a mesma coisa; quantas vezes somos colocados à prova ou testados e uma coisinha dita de forma mal interpretada, um passo em falso, um olhar meio invesado, uma fala que não saiu aniquila a chance que temos e o pior, nos faz ser analisados por uma coisa de segundo e que nem quer dizer o que somos e o que queremos de fato. Um minuto faz desmoronas tudo que construímos uma vida toda...

É injusto, mas acontece mais do que imaginamos. Quase que corriqueiramente. Atire a primeira pedra quem nunca, depois de uma situação, se avaliou melhor e viu que poderia ter feito diferente? Mostra que por mais que estejamos ou achamos que estejamos preparados, a vida não nos permite ensaio. Ensaiamos atitudes e palavras, mas na hora do "valendo" não podemos "vacilar". Somos avaliados em segundos por uma vida toda. E muitas vezes, batalhamos por anos para tudo se desfazer que nem castelo de areia. Ficamos procurando aonde estava o erro, porque erramos, o que aconteceu, alguém para jogar a culpa ou se penitenciar para o resto da viga. Muitas vezes, carregamos a culpa, a frustração e a decepção pelo fracasso pelo resto da vida e embarreirando outras tentativas que podem não ser frustradas e nem mau sucedidas. Perfeito seria se a gente tivesse 1,2,3 chances de fazer direito, pra na hora do valendo a coisa sair como planejamos. Mas isso é um sonho impossível... e até bom em determinados momentos. Os mais religiosos dizem que "Deus tira com uma mão e dá com outra" - nem sei se o ditado é esse mesmo. Mas, quem sabe se a gente tivesse acertado na primeira, não tivéssemos tido que levantar e nos auto estruturar, encontrar a capacidade de reerguer, de olhar por novas perspectivas e obter novos conceitos, interesses, vontades. Da queda, apesar do aprendizado, podemos encontrar um novo caminho, que a cegueira pela decepção nos nos permite ver. 

É injusto perder em segundos o que se constrói por anos. Mas é justo se dar a chance de tentar por novos caminhos e desbravar novos horizontes. 
Uma coisa não substitui a outra, mas de repente... vai que dá certo?

 ;)


2 comentários:

Cris Medeiros disse...

Eu gosto de ver todos os programas do tipo "reality de competição". Onde candidatos mostram seus talentos e vão tendo eliminações.

Mas gosto de ver exatamente porque tudo que sou pior na vida é competição. Quando chega a hora o nervosismo me trava de tal forma que me torno uma inutil. Então sempre fugi de qualquer confronto desse tipo.

Beijocas

Fê Miceli disse...

Eu sou engraçada, às vezes reajo de maneira medrosa, outras audaciosa, nem eu me entendo. Fato é que para falar, nunca me senti muito a vontade em público. Já dançar... entro num mundo só meu e dança até para 1.000 pessoas! rs...