A vida tem o tamanho, a importância e a proporção que damos a ela..
Carioca adora puxar papo. Na orla da praia, dentro do ônibus, no bar com amigos, não importa. Assunto não falta e tem para todos os gostos. Fala com quem conhece e com quem nunca viu também. Aqui o que importa é falar! Falar bem, falar mal, do dia-a-dia, pessoal ou global. Com descontração vou passando por aqui, por ali, por mim, por você...
6 de agosto de 2015
5 de agosto de 2015
Às vezes não querer ter filhos é um ato de altruísmo
Reflete tudo o que eu penso: cachorro e filho, tem quem quer! Ninguém é obrigado a nada. Aliás, ninguém deve ser ou fazer algo que verdadeiramente não queira para se encaixar em padrões, deixar de ser cobrada ou de ser olhada torta por não ser como os demais. Agrade-se primeiro! E no caso da maternidade ainda tem um adendo: se você fizer a escolha errada, depois não poderá se arrepender e voltar atrás e será uma criança que nem pediu para ver o mundo que será magoada, frustrada e desamparada emocionalmente para o resto da vida.
"Quando comecei a escrever no Obvious, me deparei com um texto que
muito me agradou. Um texto que questionava se as mulheres queriam
realmente criar um filho ou ter um bebê. O texto fez um tremendo
sucesso, sendo aplaudido por muitos e rendeu também alguns comentários
grosseiros como todo texto importante gera.
A agressividade decorre, em minha opinião, do vislumbre de fantasmas
internos que preferimos ocultar de nós mesmos. Quando alguém diz algo
com que concordamos, mas não queremos concordar, normalmente reações
agressivas explodem. Na verdade estamos brigando com a gente mesmo e o
outro é apenas um canal para a nossa raiva contida.
As pessoas costumam rotular de egoístas as mulheres que não querem ter
filhos. Mas talvez realmente egoísta seja a mulher que não quer ter um
filho, mas mesmo assim o tem.
Infelizmente nem todas as mulheres nascem com a vocação para serem mães.
Quando entrei em contato com este tema pela primeira vez fiquei um
pouco chocada pois na minha cabeça ter filhos era fundamental para todas
as mulheres. Me pareceu estranho uma mulher não ter nascido para ser
mãe. Mas acontece e ninguém deveria se sentir obrigado a ter filhos por
nenhuma razão que fosse o verdadeiro desejo de ser mãe e a real intenção
de se comprometer com a educação do filho.
Sei que colocarei o dedo na ferida, mas infelizmente vemos muitas
mulheres sem instinto maternal e despendimento lutando para serem mães.
Mulheres que trabalham 14 horas por dia e que se colocam em primeiro,
segundo e terceiro lugar querendo ser mães. Por quê? Para cumprir um
preceito social? Para dizer que conquistou tudo que é importante para
uma vida próspera?
Filhos não são bonecas com quem brincamos quando queremos. Filhos são
seres humanos extremamente dependentes e exigentes que vão desejar o
melhor dos nossos sentimentos, o melhor do nosso tempo e energia.
Criar bem um filho não se resume a pagar a mensalidade de uma boa escola
e encher a criança de presentes caros. Criar bem um filho não se resume
a decorar um quarto lindo para ele e levá-lo para a Disney nas férias
de julho.
Filhos precisam da companhia das mães. Filhos querem ouvir histórias
antes de dormir. Filhos querem ser abraçados e beijados. Filhos querem
contar o que aconteceu na escola e pedem ajuda para fazer os deveres.
Filhos não querem ser filhos apenas nas férias, feriados prolongados e
meia hora por dia, entre a chegada do trabalho e os cuidados com a
beleza.
Não digo que uma mulher não possa conciliar uma carreira com
maternidade. Claro que pode. Pode e deve. Mas mulheres muito voltadas
para as sua carreiras, viciadas em trabalho, que vivem viajando a
negócios e fazendo horas extra deveriam pensar calmamente se nasceram
mesmo para serem mães.
Quem deseja uma vida livre de horários, quem deseja fazer amor no meio
da sala e tirar férias em qualquer época do ano, quem não se comove com o
universo infantil e não se vê assistindo a teatrinho de escola, deveria
ser sincero consigo mesmo e dizer “Não nasci para ser mãe”. A mulher
não pode sentir que está desperdiçando a sua vida ao cuidar do filho. Se
ela assim o sente, além de sofrer muito, fará a criança sofrer também.
Crianças criadas com pouco afeto e paciência tendem a não conhecer
limites e têm mais dificuldade para estabelecer vínculos afetivos
fortes.
É muito triste ver tantas crianças vivendo de migalhas afetivas,
aproveitando as sobras de tempo que a mãe oferece. Se o tempo é escasso
mas carinhoso, ainda vai. E quando a mãe chega sempre tensa e nervosa ,
louca para se esfoliar e se hidratar e a criança aparece cheia de
demandas? Ser mãe não é carreira nem emprego. É vocação e missão."
4 de agosto de 2015
3 de agosto de 2015
Falando com Deus... ao meu jeito!
Abençoa
essa vida, essa casa, essas pessoas, essa semana, esse dia. Alivia o
peso dos momentos difíceis. Conforta no entendimento que nada é pra
sempre e nem em vão. Traz sabedoria com as adversidades da vida. Traz
conhecimento com a caminhada. Traz esperança principalmente no ser
humano. Renova e fortifica a fé que é posta à prova em tantos momentos.
Ilumina os caminhos. Protege dos males. Dai-me
força, paciência e serenidade. E em sua imensa misericórdia, perdoa os
pecados da alma, e desculpa a falta de jeito algumas vezes sem saber o
que falar, como falar, mas é que de vez em quando é mais fácil reclamar,
se dar por vencido, teimar em não entender as lições do que o inverso.
Ah, e só mais um pedido, se não for pedir demais: não deixa o raio cair
no mesmo lugar duas vezes, porque aí já é judiação!
2 de agosto de 2015
Chega de se contentar com pouco...
Queria não me indignar tanto com a burrice alheia. A gente nasce sozinho
e morre sozinho. Então por que ficar na dependência emocional de outras
pessoas, principalmente as que não merecem? Já tive a minha cota de me
sujeitar a aceitar um monte de coisas por achar que o mínimo era melhor
do que não ter nada. Chutei o balde. Vivendo e aprendendo. Hoje prefiro
estar só do que mal acompanhada de gente que só me atrasa e em nada me
acrescenta. E é tão libertador poder bater no peito e gritar pro mundo
que eu sou mais eu! Pena que muita gente ainda cultive o medo de assumir
suas próprias vontades e decisões e viva à margem do conformismo de uma
relação mixuruca. Seja ela familiar, amorosa, de amizade ou consigo mesmo!
Vamos nos responsabilizar por nós mesmos!
O que eu mais ouço é gente reclamando da má sorte. Aí, a culpa das
coisas darem errado para elas é do olho grande, da macumba, da inveja,
da cobiça, do mau agouro e etc. Tá, não descarto que muita gente seja
alvo disso por aí. Até porque não se sabe o que está dentro do coração e
da mente das pessoas. Mas será que não dá pra parar e pensar que às
vezes, as consequências que se sofre pode ser fruto das escolhas feitas,
das atitudes tomadas, reflexo do que plantamos e de quem somos? Não dá
pra botar toda a culpa pelo errado conosco em terceiros. Temos que nos
responsabilizar pela nossa parcela de culpa. Do que fazemos e do que não
fazemos. De quem somos e de quem deixamos de ser. O nosso destino pode
ter sido traçado na maternidade, como já dizia Cazuza. Mas a gente
sempre pode mudar a direção. Basta querer! Mas, às vezes, é mais fácil
só reclamar do que ir à luta!
1 de agosto de 2015
É preciso ir embora
Estava na festa de despedida de uma amiga, quando ouvi calada e com
atenção seu dolorido discurso sobre o quanto ela se preocupava com a
decisão de ir embora. Dizia se preocupar com a saudade antecipada da
família, com a tristeza em deixar um amor pra trás e com a dor de se
afastar dos amigos. Ela iria embora para Londres com tantas incertezas
sobre cá e lá, que o intercambio mais parecia uma sentença ao exílio.
Dentre dicas e conselhos reconfortantes de outras amigas, lembro-me
de interromper a discussão de forma mais fria e prática do que gostaria:
“Quando você estiver dentro daquele avião, olhar pra baixo e ver todas
estas dúvidas e desculpas do tamanho de formigas, voltamos a falar. E
você vai entrar naquele avião, nem que eu mesma te coloque nele.” Ela
engoliu seco e balançou a cabeça afirmativa.
Penso que na ocasião poderia ter adoçado o conselho. Mas fato é que a
minha certeza era irredutível, tudo que ela precisava era perspectiva.
Olhar a situação de outro ângulo, de cima, e ver seus dilemas e
problemas como quem olha o mundo de um avião. Óbvio, eu não tirei essa
experiência da cartola. Eu, como ela, já havia sido a garota atormentada
pelas dúvidas de partir, deixando tudo pra trás rumo ao desconhecido.
Hoje sei que o medo nada mais era do que fruto da minha (nossa) obsessão
em medir ações e ser assertiva. E foi só com o tempo e com as chances
que me dei que descobri que não há nada mais libertador e esclarecedor
do que o bom e velho tiro no escuro.
Hoje a minha amiga não tem mais dúvida. Celebra a vida que ela criou
pra ela mesma lá na terra da rainha, onde eu mesma descobri tanto sobre
minha própria realeza. Ironicamente – e também assim como eu – ela
aprendeu que é preciso (e vai querer) muitas vezes uma certa distancia
do ninho. Aprendeu que nem todo amor arrebatador é amor pra vida
inteira. Que os amigos, aqueles de verdade, podem até estar longe, mas
nunca distantes. Hoje ela chama o antigo exílio de lar, e adora pegar um
avião rumo ao desconhecido. Outras, como eu, e como ela, fizeram o
mesmo. Todas entenderam que era preciso ir embora.
É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão
importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas
nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você
acreditava só você resolver. É chocante e libertador – ninguém precisa
de você pra seguir vivendo. Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão,
nem sua pegada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem
uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo – novidade
para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível.
Lide com isso.
É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante
sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não
sente menos ou mais porque você foi embora – apenas sente por mais
tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu
aniversario, você estando aqui ou na Austrália. Esse papo de “que
saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem. Quem sente sua
falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é
natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a
frase “Que saudade de você…” com “por isso tô te mandando esse áudio”;
ou “porque tá tocando a nossa música” ou “então comprei uma passagem” ou
ainda “desce agora que tô passando aí”.
Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela
relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está
presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da
sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que
seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar – e se voltar – vai
ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião.
As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir. Basta você decidir
encarar as mesmas como elas realmente são – do tamanho de formigas.
© obvious: http://obviousmag.org/antonia_no_diva/2015/e-preciso-ir-embora.html#ixzz3hCTFlrYw
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