9 de março de 2011

Feliz dia da mulher, atrasado!



Foi o que eu mais ouvi hoje! Choveram emails, msgs em orkut e Facebook, torpedos no cel. se desculpando por ter esquecido de um dia tão importante para nós. 8 de março: dia internacional da mulher. Só que ele caiu este ano em pleno carnaval e ficou esquecido! Os foliões, preocupados e eufóricos com os blocos e escolas de samba, nem se deram conta da data. Muito mal, sabiam deles mesmos, rs. Não tô reclamando, longe disso, porque sou a rainha do esquecimento em muitas datas e sei que isso é passível de acontecer, ainda mais emendando duas datas, sendo uma delas muito popular.

Já havia me programado para destilar aqui a lista pelo qual o nosso dia é todo dia. Lí no post de uma blogueira que eu sigo e que gosto muito - Dama de Cinzas - as mesmas razões que eu havia pensado. E isso, enfatizou ainda mais a minha escrita. Só que, essa lista todos sabem. Só que nem todos reconhecem. E não é mistério para ninguém que somos expert em desempenhar vários papéis e funções ao mesmo tempo. Daí, a nossa diferença. Mas, prefiro hoje, ir para outro foco. Dizer a sorte que eu tenho por ter em casa um marido que me olha e me trata especialmente como uma rainha todos os dias do ano, e não só porque alguém disse que ontem era o dia das mulheres. Acho isso muito importante, apesar do meu pensamento feminista, sempre! Muitos homens, maridos, namorados, amantes, filhos, irmãos, teoricamente nos parabenizam pelo nosso dia, mas na prática, na hora de fazer valer porque somos especiais, não o fazem. São machistas, preconceituosos, arbitrários e incapazes de nos reconhecer, seja lá como for. Uma flor, uma caixa de bombons, fazer o almoço e levar café na cama um dia do ano é fácil. Falar palavras bonitas, elogiar, estar sempre junto em um dia do ano, é mole. Mas e no cotidiano? E no dia-a-dia? Aí, é muito difícil.

Conheço relacionamentos que foram por água abaixo pela falta de sensibilidade e de bom senso da ala masculina. E, no meio disso, me sinto privilegiada, sim. E tenho orgulho do homem que tenho ao meu lado em casa. Algumas pessoas, levianamente nos julgam pelas aparências e eu sei bem disso. Não entendem como podemos estar juntos se somos diferentes em alguns aspectos, dentre eles o financeiro, o cultural e o social. Mas, essas mesmas pessoas que fazem isso não nos conhecem na intimidade, e não são capazes de ver que nas similaridades, mesmo que poucas, é que somos felizes. Justamente porque não somos iguais e a troca de informações, de experiências torna o relacionamento mais interessante. Há pessoas que são diamantes brutos e meu marido é assim. Se não lapidar, não verão nunca a beleza por detrás da casca dura e bruta. Ele tem muito a oferecer, mas olhos preconceituosos e julgadores não podem ver isso nunca. Porém, eu que estou ao seu lado, enxergo longe...

Possuo um companheiro, que sei que posso contar em todos os momentos, bons ou ruins, que ele sempre vai estar lá. Não vai dar no pé de medo ou insegurança. Mesmo não sabendo ao certo o que fazer, alguma coisa ele vai fazer. Nem que seja apenas ficar em silêncio ao meu lado. Tenho uma pessoa paciente com minhas crises de TPM, irritabilidade, inconstâncias de humor e problemas externos. Alguém que sabe olhar para mim no final do dia e enxergar que estou cansada e se voluntariar para terminar os trabalhos domésticos para mim. Que todas as noites, por saber que passo muito tempo de pé, faz massagem nos meus pés e nas minhas costas até eu dormir. E que além disso, realiza quase todas as minhas vontades. Um homem que me apoia nas minhas decisões sejam elas quais forem. Que me impulsiona a crescer cada vez mais na minha profissão, mesmo que ela seja exercida em um meio ainda machista e cheio de homens. Uma pessoa que não corta as minhas asas só porque meu voo nem sempre vai de encontro com os dele. Não me faz desistir dos meus objetivos e abrir mãos dos meus sonhos com a desculpa de ser "por nós". Uma pessoa que entende as minhas carências, meus defeitos, meus erros e não me recrimina e nem me culpa por isso. Que me defende perante às opiniões e críticas alheias. Me aceita perfeitamente como eu sou. Alguém que depois de um tempo de relacionamento ainda me olha com olhar apaixonado, liga apenas para escutar a voz porque está com saudades, diz que ama todos os dias várias vezes e sem ser clichê. Que tenta me colocar pra cima em qualquer situação. Uma pessoa que tem carinho, admiração e orgulho de mim, pura e simplesmente. Por tudo isso e mais um pouco, sim eu sou feliz e sortuda.

Não, ele não é perfeito! Não é o príncipe encantado num cavalo branco. Ele ronca, tem chulé, é estressadinho, como demais, não tem o corpo escultural e nem força de vontade e iniciativa para algumas coisas, só com empurrãozinho. Mas é perfeito para mim. Atende aos meus sentimentos. Que é sensível e que tem o que poucos homens têm nos dias de hoje: a capacidade de se colocar no corpo e na alma da mulher para poder entendê-la. Acho que é isso que falta na sociedade, nos lares, nos relacionamentos. E talvez, pela junção disso tudo, nos amamos e nos damos muito bem. Nossa vida não é um mar de rosas, a de nenhum casal é. A diferença é que estamos dispostos, com muito diálogo a ver o que nos atrapalha e mudar, acertar o passo. Nos dispusemos a fazer dar certo e vamos cumprir a promessa até o final.

E, depois disso tudo, vou chorar e reclamar porque ele foi um dos que não lembraram que ontem era o dia internacional da mulher? Ah, me poupem! rsrs...

2 comentários:

Cris Medeiros disse...

Tudo que acho sobre esse dia está lá no post.

Acho que no dia que tivermos realmente direito a existir como queremos, sem tantas críticas e recriminações, esse dia será abolido.

Já viu dia do homem? Dia do orgulho heterossexual? Dia do Branco? Então, eles não precisam...

Obrigada pela referência ao meu post.

Beijocas

Cris Medeiros disse...

Pode até existir o dia do homem, mas só tem festejos no dia dos discriminados... rs

Beijocas