22 de janeiro de 2015

Alguém nos salve desta barbárie de mundo!


Sou daquelas de acreditar que Deus está no controle. Que ele sempre faz o melhor por nós, mesmo que a gente não entenda ou não aceita as razões dele. Sou daquelas de acreditar que tudo acontece por uma razão e por um motivo e que muito do que nos acontece, já estava predestinado para nós. Nada é em vão! Sou daquelas de acreditar que no final, tudo se ajeita, as coisas se arruma em seus devidos lugares. Sou daquelas de acreditar que nada está em nosso controle, é no plano lá de cima, religioso, astrológico ou qualquer outro que nossos caminhos são escritos. Afinal, sou daquelas que acredita no tudo que possível for de que existem forças agindo por nós e conosco o tempo todo, que desconhecemos, que duvidamos, que não acreditamos, mas elas estão lá, religiosidade, destino, pensamento positivo, sei que alguma coisa está lá, nos guiando, nos guardando...

Mas aí, acontecem outras coisas, nada boas, que me fazem duvidar de todas essas forças aí, na sua grandiosidade de impedir o mal. Na sua grandiosidade de nos proteger. Na sua grandiosidade de nos fazer ter fé e nunca nos deixar desacreditar e desistir. Em muitos momentos, me questiono, cadê Deus em sua imensa misericórdia, cadê a salvação divina? Cadê a justiça de Deus ou dos homens? Porque temos que passar por certas coisas sem sermos merecedores de tal sofrimento? Não, e eu não tô falando de coisinhas, tô falando de coisas grandiosas... Hoje, cedinho, ao chegar no trabalho, assim que abri a página de um jornal, me deparei com a seguinte manchete: "Estado Islâmico leiloa meninas cristãs como escravas sexuais". Foi aquele momento em que você está positiva, de bem com a vida, em paz e feliz e que de repente toma aquele tapa na cara, se assusta e acorda que apesar de seu estado de espírito estar exacerbadamente bem, o mundo padece, almas adoecem, corações sangram, olhos só choram lágrimas de sofrimento e dor, e existe muita maldade, a humanidade vive dias de crueldade, descrença e falta de de fé. Eu não queria ler a matéria, mas apesar da indignação existia a curiosidade e a necessidade de entender como essas coisas, em pleno 2015, ainda acontecem. E a cada linha, nojo, raiva, vergonha de fazer parte desta sociedade que se diz civilizada. 

Até quando vamos ver coisas assim acontecerem e ninguém fazer nada? Cadê os direitos humanos? Cadê a comoção nacional? Cadê o povo indo às ruas, indignados, protestar, berrar por justiça e paz? Vagabundo tem isso tudo. Traficante sob pena de morte tem interdição da presidente pedindo clemência. Vagabundo assassino, estuprador, agressor, pedófilo, que pratica os maus tratos seja à idosos, crianças ou animais, são intercedidos pelos direitos humanos. Sim, eles têm direitos! Apesar de tudo. A população vai às ruas, põe a boca no trombone indignada com corrupção, altos impostos, com as leis, com a política, com nossos direitos a educação, saúde, segurança e moradia jogados às traças, por estarmos cansados de sermos feitos de bobos. Por causa de um aumento de 0,20 centavos na passagem de ônibus com um serviço precário como tantos outros no país, mas continua alheio ao mundo onde diante de tanta crueldade, coisas pelas quais berramos e que apesar de se fazerem necessárias, ficam em 2°, 3° ou quiçá 10° lugar, diante de outras. Há tanta coisa acontecendo e que precisa ser feito algo!

Pelo que li na matéria, essa prática é conhecida e existe há anos. Mulheres, meninas de 15 anos são vendidas e estupradas livremente, até crianças fazem parte deste "negócio". E de acordo com a tabela de custos, os atributos das mulheres as fazem valer mais ou menos, assim como suas idades. E acabou a vida para elas. Em algum momento do vídeo gravado e divulgado desta prática, uma determinada garota é citada e logo depois, riem quando falam que ela está morta. Como assim? Gente... que mundo é esse? Cadê a ONU? Duvido que ela não saiba dessa prática. Porque os países não se unem para derrotar essa organização criminosa? Porque não há acordos entre países/estados já que a repulsa pelo visto é mundial? Importa mais as alianças políticas e financeiras do que vidas?

Quem se interessar, pode ler a matéria completa e ainda ver o vídeo. Se tiver estômago para tanto, porque eu fiquei apenas com a parte escrita mesmo e olhe lá. : http://noticias.gospelprime.com.br/estado-islamico-cristas-escravas-sexuais/

Posso ser muito sensível, humana demais, mas minha felicidade se esvai quando vejo o sofrimento, a violência, as crueldades, a degradação do mundo, a decadência da humanidade. Por mais que eu faça uma filtragem, pois claro, não posso me deixar atingir por tudo, mas é impossível ficar alheio à alguns acontecimentos, e que me consomem num misto de nojo, raiva e falta de fé. Em vez de evolução estamos mais retrógrados do que nunca. Usamos a tecnologia e o conhecimento para fazer o mal em vez de praticar o bem. Estamos mais individualistas do que nunca, e egoístas e egocêntricos, e autossuficientes, e indiferentes. Fico pra baixo quando vejo tanta coisa triste acontecendo no mundo e ninguém nada faz. Como pode? Aliás, que mundo é esse? E cada vez, fico mais descrente da raça humana... Cadê a solidariedade, a piedade, o cuidados, a preocupação, compaixão, bondade e caridade com o próximo? Estamos carentes: sofremos com a falta de consciência, de atos, de valores. Vivemos envolto numa bolha, onde não nos deixamos abalar. E o que por ventura chega até nós, não nos deixamos abalar. Nos acostumamos, é isso. É triste, mas muita coisa virou banal. 

Sou daquelas sonhadoras, que acredita que se a gente quer, a gente faz. Que força de vontade é o maior motivador que existe. E que se a gente se juntar numa única força e voz, a gente muda o mundo, sim. Mas a gente antes disso, tem que mudar a gente mesmo. Porque enquanto vivermos nessa inércia, apenas lamentando e nada fazendo, desde as pequenas até as maiores coisas, realmente não vamos sair do lugar. O conformismo é uma das piores pragas que podem nos consumir, junto com a falta de crenças. 

Para ser habitável, agradável, justo e adequadamente moral, o mundo precisa de muitos ajustes, de muita mudança, de muito trabalho. Mas estamos disposto? De verdade? Ou apenas queremos reclamar no conforto de nossa casa de que o mundo está pior a cada dia e não sabemos onde vamos parar? Primeiro façamos uma avaliação pessoal de nossas expectativas e o que realmente queremos fazer, a começar com a nossa parte. Depois, pensar num âmbito mais amplo de que medidas globais podem ser tomadas. Mas isso tudo dá muito trabalho né? Envolve muito esforço. É, é mais fácil nos escandalizarmos à distância com o que está acontecendo lá enquanto nos trancamos aqui e continuamos a reclamar do nosso cotidiano"zinho" de absurdos comuns!

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