8 de janeiro de 2015

Em pleno 2015, gente...

 
Em pleno 2015 a gente ainda vê pessoas morrendo por causa de religião. Ou melhor, diz ser em nome dela. E pra o bem dela. 
Em pleno 2015 a gente vê o mundo cada vez mais intolerante, mais raivoso, mais justiça com as próprias mãos.
Em pleno 2015 a liberdade de expressão está cada vez mais condenada. Pior que na ditadura com toda a sua censura.
Em pleno 2015 com todo esse acesso à informação, ainda acha-se mesmo que existe manipulação de mídia sob o pensamento e as ações das pessoas.
Em pleno 2015 e com todos os avanços tecnológicos, medicinais, infraestruturais nunca tivemos maior falta de consciência e descaso para com o planeta.
Em pleno 2015 estamos vivendo a era dos valores invertidos, da falta de respeito e amor pelo ser humano.
Em pleno 2015 nos julgamos autossuficientes e somos soberbos e hipócritas o bastante para achar que somos maiorais.
Em pleno 2015 eu não vejo uma vida melhor no futuro.
Em pleno 2015 nunca vi tamanha barbárie e degradação da humanidade.
Em pleno 2015 vejo falta de esperança e fé.
Em pleno 2015 crimes hediondos e devastadores acontecem a cada dia, tornando-se banais aos olhos assustados e acostumados à violência da população.
Em pleno 2015 crianças manipulam armas e as salas de aula estão vazias. Há fartura (de certa forma) na casa, na mesa e no bolso das família, mas falta no coração.
Em pleno 2015 vejo muita carência, principalmente de solidariedade.
Em pleno 2015 ter é melhor do que ser.
Em pleno 2015 a gente de fato acha que ainda temos a vida toda pela frente para consertar os estragos causados pelas ações do homem.
Em pleno 2015 tenho medo de pensar como será no próximo ano, que dirá daqui há 10, 50, 100 anos.
Em pleno 2015 nunca se pediu mais amor, por favor e paz. E é tudo que eu menos tenho visto, mesmo sem favor.
Em pleno 2015 estou totalmente descrente da humanidade e sinto-me vazia por só ver tristeza, maldade e decadência da sociedade
Em pleno 2015... eu sei lá, entrego nas mãos de Deus (ou seja lá que nome ele tiver). Acho que só ele salva. Será? Já que existem tantas guerras em nome dele. Acho que até ele deve estar avaliando, que raios de país esse que resolveu criar. E que povo é esse que era para ser sua imagem e semelhança (física e emocionalmente) e no entanto, a fórmula passou tão longe disso...




Em pleno 2015...


* Como jornalista, me solidarizo e presto meus sentimentos aos familiares e amigos das vítimas do ataque terrorista da revista francesa Charlie Hebdo, na França!


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