21 de março de 2011

Praticar o desapego: um dia eu consigo!



Eita coisa difícil!!! Parece moleza, mas não é.

Hoje cheguei cedo em casa e quis dar uma arrumada no meu armário que está um caos e nos meus guardados. A intenção era descartar tudo que não servia mas em mim, de roupas, e jogar fora aquelas quinquilharias que vai juntando não se sabe bem porque. Bem, abri o guarda-roupas e comecei a tirar tudo lá de dentro. Separei as peças que eu gostava e as que não gostava e não tive dificuldades para doá-las, já que estavam em perfeito estado. Aí, começou a luta: me livrar das roupas que eu não usava mais pois não cabiam mais e mim. E senti uma certa resistência minha em fazer isso. Eu não usava as roupas porque não cabiam mais apenas, mas eu gostava delas. Na verdade, muitas delas eu paguei a maior grana e usei pouco. E não estava a fim de me desfazer delas, mesmo sabendo que não tornaria a usá-las tão cedo. Entre doar 1 e ficar com 2 (uma porque dá e eu uso e a segunda porque ainda tenho o pensamento de que "um dia eu ainda vou voltar a usar"), terminei a arrumação do armário e fui para os calçados, bolsas e acessórios. E a situação se repetiu. Cada vez que eu tinha que me desfazer de algum item me dava uma tristeza, uma sensação de não pertencimento que me angustiava. Percebi que da próxima vez que eu voltar para a terapia, tenho que trabalhar mais isso.

Terminado o processo de roupas, acessórios e afins, fui me dedicar as minhas "caixas de guardados", como chamo as caixinhas que guardo todo e qualquer tipo de recordação de pessoas e/ou momentos especiais. E Vai desde cartões, de aniversários, amorosos e de amigos até fotos, lembranças de festas importantes, alguns ingressos de shows e eventos históricos e marcantes para mim, mimos de amigos e ex-namorados, emails, coisas assim... E quando pensava na ideia de jogar fora aquilo era como se estivesse se desfazendo de parte de mim. Como se estivesse anulando, apagando uma parte da minha história que não teria volta. Pura ilusão. Pois tudo que vivi está bem mais vivo na minha memória e nos meus sentimentos, não são meros pedaços de papéis que vão fazer com que esses momentos ou pessoas sejam mais valiosos e verdadeiros. Mas, sei lá, o sentimento era que, quando eu quisesse, ao ter essa "caixinha" eu podia voltar no tempo e "reviver" mesmo que na mente. Maluquice, né??? Total!!! Mas eu sinto realmente dificuldade para me desapegar das coisas. É a sensação de pertencimento, de fazer parte, de ser meu que meus guardados me proporcionam e que acho que sem eles vou me sentir vazia. O que era para ser arrumação, acabou que não foi. Pois desde o 1° papel de bombom dado na adolescência, desde fotos de gente que nem sei mais por onde anda e até cartões, bilhetinhos, cartas e tudo o mais continuaram ali. Firmes, fortes e intactos.

Minha mãe havia me pedido para eu me desfazer de alguns livros que eu não leria mais e adivinhem no que deu? São meus xodós e não achei nenhum que eu não achasse que futuramente eu pudesse me entregar novamente à leitura.

Só que este tipo de atitude é uma coisa que me incomoda. Gostaria de mudar, mas não sei como. Engraçado, em determinadas horas, nem penso duas vezes, me desfaço do que não presta e abro espaço para coisas novas. Outras horas, sinto necessidade de renovar, e assim, pratico meu desapego sem culpa, sem dó em piedade, quase num ato impulsivo, sem pensar muito para não voltar atrás. O que já é totalmente contrário quando se trata de desapegar das pessoas, no geral. Quem eu gosto, quem eu me decepcionei, quem presta e quem não presta também. É um sofrimento. E por mais que eu fique repetindo para mim mesma que "fulano não presta", " que sicrano não merece", não adianta muito. Fico me martirizado. O fim da picada: meu álbum do orkut tem mais de 1.000 fotos. Exagero? Sim, pode ser! Mas eu tinha pena de apagar as fotos e achar que assim, apagaria o significado delas. E que quando desse saudades eu não poderia ficar ali namorando, contemplando o momento vivido, os comentários de quem participou ou não da "cena". Não as mantenho ali por exibicionismo, ostentação ou coisa do tipo. Sei lá... nem eu me entendo muito.

Mas, já tenho notado que melhorei.  Mais ainda há muito que evoluir, rs. E como! A jornada é longa. E prometo melhorar mais. Nessa faxina toda, saíram 3 sacos de coisas que não queria e que achava que precisavam ir embora. Em outros tempos, eu nem consideraria essa hipótese. Mas ainda vou trabalhar mais esse conceito do desapego e as sensações que ele provoca em mim.

E vocês, conseguem se desapegar fácil de ágo ou alguém?


2 comentários:

Talita Barroco disse...

De pessoas não, mas de coisas materiais me desapego muito fácil, não tenho dificuldade.
Acho que é pq tenho boa memória tb, fico tudo guardadinho...

Bjs

Cris Medeiros disse...

Minha mãe é uma acumuladora de coisas de forma compulsiva. O tempo que vivi na casa dela foi tentando fazê-la ver que aquilo era doentio. Viver num lugar que parecia um depósito de porcarias.

Então é de se esperar que meu apartamento seja vazio. Toda semana eu pego umas sacolas de plástico e vou jogando fora tudo que acho que não vai ter utilidade.

Roupas não sou mesmo de comprar, só quando acho que preciso. Sou muito diferente da maioria das mulheres que acumulam roupas e sapatos em excesso.

Então para mim é sempre muito fácil fazer esse tipo de faxina.

Beijocas