6 de abril de 2015

Dando conta da sua própria vida!


"Não sei se viajo ou se compro uma bicicleta..."

Desde que vi esse comercial do Itaú fiquei pensando num monte de coisas... A insegurança das pessoas geralmente fica em torno das mesmas questões: apego com o que conquistou até hoje, idade (se achar muito velho para viajar), e preocupação com o que os outros vão pensar. Entendo que inseguranças são quase incontroláveis, mas existem algumas maneiras de contorná-las. E refletir fora da caixa é uma delas. Vamos pensar…

Você sempre vai perder de um lado (ou desapega!): Uma pesquisa feita pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) perguntou aos brasileiros qual era seu maior sonho de consumo. Viajar ficou com o primeiro, segundo e quarto lugar – viagem internacional, viagem nacional e viagens de fim de semana, respectivamente. O terceiro lugar foi comprar um carro. Um resultado surpreendente e positivo. Talvez a maioria das pessoas já esteja entendendo que é mais interessante colecionar experiências do que bens materiais. E deixar de comprar e ter coisas é uma escolha quase inevitável quando você decide viajar. Dependendo da intensidade da viagem pode ser deixar de comprar um carro, comprar roupas, decorar a casa… Ou escolhas ainda mais profundas como deixar um emprego, deixar de morar sozinho ou vender suas coisas. A boa notícia é que tudo isso é recuperável. Dinheiro vai e vem o tempo todo e empregos estarão sempre disponíveis a pessoas esforçadas e qualificadas.

Você não é velho(a) para viajar: Não importa a sua idade, nunca é cedo ou tarde demais para viajar. É super comum encontrar pessoas de diferentes idades em todos os lugares. Não importa se você está em Machu Picchu ou na Europa, sempre haverá viajantes de vinte e de sessenta anos. Dia desses, ouvi surpresa que deveria ter feito meus planos de viagem aos vinte e não agora, aos trinta. Mas eu fiz aos vinte! É que não vejo razão para parar aos trinta. Sei que é esperado que nessa idade as pessoas estejam mais preocupadas fazendo planos para casar e ter filhos e não planos de viagens. Mas isso nos leva à próxima linha de pensamento…

Pare de se importar com o que a sociedade pensa de você: Não há nada de errado em querer casar e comprar apartamento invés de sair viajando pelo mundo, ou fazer os dois, ou nenhum ou não gostar de viajar. A questão está em você deixar de fazer o que tem vontade preocupado com o que os outros vão pensar de você. Engraçado as pessoas esperarem que você tome decisões tradicionais na vida, mas admirarem figuras que tomaram rumos diferentes dos convencionais. Imagina você que Elizabeth Gilbert, autora do livro Comer Rezar Amar se separou do marido aos 32 anos sem vontade de ter filhos para fazer uma viagem por um ano em três países diferentes. Em seguida escreveu o livro que virou um best-seller e ainda um filme conhecido no mundo todo. Ou seja, quantas pessoas não se interessaram pela história não convencional de Gilbert? Ou então a história do brasileiro Amyr Klink, que se formou em Economia mas na verdade se tornou um grande velejador. Casou-se aos 41 anos, mesmo casado e com duas filhas, continuou suas expedições solitárias a bordo de seus barcos. São figuras que não se preocuparam com as convenções sociais e que são admiradas pela maioria das pessoas por suas decisões de vida. Se esperam que você esteja casado aos trinta, com dois filhos, bem-sucedido, trabalhando como advogado ou engenheiro, isso não é problema seu. Se você é independente, só há uma pessoa que você deve alguma satisfação: você mesmo. Porque você sabe, um dia essa conta chega pra você pagar. É a sua consciência te perguntando aos trinta porque você não estudou o que gostava, te perguntando aos quarenta porque você não trabalhou com paixão, te perguntando aos cinquenta porque não viajou mais vezes; cobrando uma resposta por não ter realizado os seus sonhos. E o que você vai responder? Somos nós que temos que estar satisfeitos e de bem com as escolhas e decisões que tomamos para a nossa vida. O erro está em querer dar satisfações demais para quem não está interessado em entender suas razões e motivos. E nisso, passamos uma bom tempo tentando provar que não precisamos provar nada pra ninguém. E o tempo passou... Preocupemo-nos apenas com as expectativas que criamos para nós e que podemos frustrar. O que já é muito! Não podemos lidar com as expectativas que os outros colocam nas nossas costas. A única pessoas que vamos decepcionar por não sermos fiéis aos nossos sentimentos, desejos e sonhos, somos nós mesmos. E essa conta é difícil de prestar!




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