8 de junho de 2009

E o respeito? Foi pra casa da mãe Joana!

Segunda-feira, com sol e nem sinal de frio por enquanto! Situação suficiente para irritar os cariocas que foram forçados a ficar em casa neste domingo por causa de uma mudança brusca de temperatura. Quer dizer, brusca, não! Às portas do inverno, nada mais natural. Mas para nós que não estamos acostumados a este clima, pois aqui nesta época do ano dá altas praias, fico desanimada quando vem uma "frente fria". Meu domingo foi vendo TV, comendo pipoca enrolada no edredon. Programão... para não dizer o contrário! Mas não posso reclamar de todo. Sábado, resolvi colocar a diposição para fora do armário, tênis no pé, munida de casaco (hoje não acho mais que aguento frio pra cassete, rs) e alguns copinhos de Red Bull, voltei às origens e fui com um grupo de amigos para o Nana Fest (conhecida como micareta) no Riocentro. Se eu bem me lembro (pois estou chegando a conclusão de que minha memória vai de mal a pior a cada dia) há alguns anos, certas atitudes ou realmente não me incomodavam ou passavam despercebidas pois eu estava eufórica querendo curtir cada segundo do evento. De acordo com minha mãe, primeiro sintoma de que a idade se avança: intolerância com aquilo que achávamos o máximo! Hoje eu foco para curtir o show e a cia. dos meu amigos. Esta alegria desenfreada misturada a falta de educação de quem acha que pode tudo, turbinada com álcool seja lá de que espécie for, já me deixa desanimada. Mas, ingresso comprado e tudo acertado, não tinha como fugir. Depois de tantas mil ligações para o povo atrasildo, lá fomos nós, com 1h de atraso curtir o show. Nem pensávamos que a aventura apenas começava. Lá pelo meio do caminho ainda, estava ficando irritada com um certo grupo de pessoas que foi conosco na van e que, em sua alegria contagiante não parava de gritar e falar palavras um tanto desagradáveis mas que hoje usa-se em qualquer contexto: triste, alegre, para xingamentos ou comemorações. Enfim... cada um com seu cada um, mas eu não estava com vontade de aturar aquilo. Adotei a tática de entrar na bolha e não no clima. Chegamos, amém! Cada grupo para seu lado, ainda ficamos fazendo o tradicional "esquenta" do lado de fora e entrar só no auge do evento. Alguns empecilhos retardaram nossa entrada, mas depois de algum tempo e a situação contornada, enfim, rumo ao nosso objetivo! O show até que transcorreu perfeitamente bem. Sem maiores problemas. E eu que já havia feito uma preparação extra, nem tive a oportunidade de usar (frustrante!). Tudo ia muito bem até a hora da ir embora. O encontro que já estava acertado foi um desencontro total. Cada um chegou em um horário (menos a galera que estava junto comigo) e ainda tinha gente perdida. Como se não bastasse, havia um brigão entre nós. Sim, um estereótipo de Zeca da novela das oito que resolve tudo na porrada. Como duvido que um tipo destes veja novela, acredito que seja reflexo de sua educação. Ou melhor dizendo, falta dela! Chegou alterado, falando grosseiramente, desrespeitando todos ali presentes e ainda querendo brigar. Depois do tumulto formado e aparentemente resolvido, outro caos dentro da van. Agora agressão (porque a outra parte não revidou). O motivo: ele (acusador) disse que o cara faltou com respeito à namorada. O "cara" (acusado) dizia que não, quando conseguia dizer. Impondo sua vontade, fez o que deu na telha, sem se importar com as outra pessoas presentes no local. Depois de toda a viagem tensa e mais 2 horas rodando por bairros sem dizer palavras, cheguei em casa, sã e salva. Mas cheia de raiva! O dito cujo marrento e machista acusava alguém de falta de respeito. Mas o próprio era uma junção de falta de tudo: respeito, educação, civilidade, noção e bom senso! Foi um fato isolado na noite, mas não incomum na cidade. Nossa sociedade perdeu o respeito. Ao próximo, aos locais, a vida e até a si próprio. Tudo é reduzido a "eu faço o que acho certo". Algumas vezes até têm-se razão mas pela maneira como se procede acaba perdendo qualquer coisa. Estamos na era da geração da intolerância, violência e prepotência. Como jornalista que sou, vou defender meus veículos comunicacionais. Nas revistas especializadas em entretenimento, chovem cartas criticando a autora Glória Peres, de Caminho das Índias pelo excesso de atitudes violentas e de descaso do personagem Zeca. Dizem que vai influenciar os jovens a agirem de maneira inconsequente. Que a vida imita a arte. Será? Não será no caso das novelas e seriados de TV uma pausa para repensar até quando é ficção e até quando o mundo vira um workshop pros atores? Mesmo que o Zeca, filho protegido de um endinheirado advogado sumisse das telas, ou outros Zecas anônimos, não menos importantes em suas ações, deixariam de existir? No final de novela, até para fazer valer a lição, com certeza o ator Duda Nagle será punido. Mas os Zecas da realidade, muitos continuarão impunes.
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Sai dia, entra dia e a arrogância de pessoas que acham que tem o direito sobre tudo continua. Em menos de 24 horas do ocorrido anterior, presenciei perto de minha casa um grupo de adolescentes que nem tirou suas fraldas ainda, atentando contra um filhotinho de cachorro abandonado. Quem me conhece sabe: sou apaixonada por animais e não tolero crimes de crueldade contra eles. Já não basta algumas pessoas não terem consciência de que se trata de um ser vivo, de 4 patas mas é vivo, e terem para si que são como brinquedos descartáveis. Este gupo, de classe média, aparentemente entediado por não sair de casa, estava atraindo o animalzinho para dentro do prédio para dar vassouradas nele! Vê se pode. O pobrezinho, faminto, com frio e sem saber de muita coisa, já ia! Ainda bem que existem pessoas que independente do objeto da crueldade não fazem descaso para a barbárie. O porteiro intervir e ameaçou chamar os pais destes meninos. Eu, já traumatizada com a ineficiências de alguns pais que deveriam educar mas no lugar passam a mão na cabeça ou nem querem saber das ações dos filhos, bem menos educada ameacei pegar a mesma vassoura e sentar na cabeça deles diversas vezes, pra saber se eles iriam gostar. Espantados olharam para mim sem nem saber de onde eu tinha saído. Algumas pessoas ao meu redor incentivaram. O pobre cachorrinho foi embora e parou metros à distância do prédio. Eu, temerosa em ainda acontecer alguma coisa fui embora para casa. Reafirmando minha conclusão do dia anterior: Respeito minha gente, não é uma coisa que simplesmente se adquire ou aprende a ter. Nascemos com ele embutido e somos incentivados a exercer constantemente, seja com pessoas, com animais, com plantas e até com nós mesmos!
Hoje foi um pouquinho extenso, mas o assunto, nos dois dias, me deixou muito possessa!
Beijos e tenham uma excelente noite...

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