2 de junho de 2009

A gente se acostuma a tudo na vida...


Já disse João Ubaldo Ribeiro, em seu livro de coletânea de crônicas e contos de mesmo nome que o título. Será mesmo verdade? Algumas vezes me disseram esta célebre frase. Na maioria delas, concordei prontamente! Na verdade, acho que a maior parte da minha vida passei acreditando cegamente nisto. Que nem tudo é como a gente quer. No entanto, isso não quer dizer que não é tudo do que precisamos. Muitas vezes, as coisas que a vida nos coloca pelo caminho são bem melhores do que as que gente esperava. Sim, de fato! É mais ou menos como traçar um caminho, mas exatamente no meio da viagem acontece um imprevisto e temos que mudar a rota. Então pegamos um caminho que pode até ser maior e não tão prático ou satisfatório de início mas que nos mostra uma série de oportunidades que se estivéssemos no caminho predestinado, talvez não tivéssemos a chance de ver. Bom, quando as coisas são vista desta forma, sim, vale a pena não só acreditar como fazer valer a pena este olhar inovador e aproveitar o prazer do inesperado. Mas e quando as adaptações são forçadas, não nos satisfazem nem um pouco e não nos conformamos por esta ou aquela situação? Claro, todo lado ruim, tem sempre seu lado bom e temos não só que enxergar como saber aproveitar. Mas por estes dias, comecei a me dar conta de que talvez nem tudo na vida seja para a gente aceitar como se não tivéssemos escolha, como se fôssemos obrigados a conviver desta ou daquela forma, simplesmente por achar que assim deve ser, que não tem jeito mesmo. Se nos sentimos incomodados, de alguma maneira acabei por perceber que este incômodo é proposital. É um aviso de: acorda! levanta! se mexe! Você não pode por que mesmo? Quem te disse isto? Já tentu tudo que podia, mesmo? E voltar para seus objetivos iniciais, reavaliar os planos para alcançá-los e tentar novamente. O "x" da questão é saber quando teremos que nos adaptar a determinadas situações na vida e conviver com isto e quando não temos que aceitar como perdida a chance de tentar novamente. Não existe uma cartilha que diga: "olha nesta situação, se acostume com isto; naquela outra situação, não se acomode!" Temos que estar com o bom senso em dia e constantemente nos submetendo a uma avaliação para achar os pontos que ainda nos incomodam e perceber aonde conseguimos nos virar bem do jeito "imposto". Em minhas divagações na volta do trabalho para casa, comecei a notar que em certos momentos o se acostumar tem mais a ver com sentimentos e o não se adaptar puxa mais para o lado das atitudes. Não é uma regra, e nem para todo mundo vai seguir esta mesma ordem, mas no campo sentimental é mais fácil você conseguir incorporar o "a gente se acostuma a tudo" pela perda de sentimentos, com relação a outras pessoas e até a nós mesmos do que se acostumar com atitudes, ações que não concordamos mas que nos foram impostas. É mais difícil de digerir. Bom, o caso é que a gente até pode se acostumar não só com o inevitável, mas com tantas outras coisas que parecem para nós não ter jeito o que não dá para aceitar passivamente é sentir que isto não nos agrada mas levar do mesmo jeito. Todos os dias temos uma infinita cota de possibilidades para tentar, inventar, errar e começar novamente. O desânimo, a descrença, os desafios, o medo de errar, a mesmice podem nos encorajar a permanecer tudo do jeitinho que está. Mas lá no interior sabemos nossas capacidades e habilidades para modificar a situação. Agora, eu vou sacudir a poeira do meu velho tapete, tirar aquela mesinha que sempre esteve no caminho que eu acabei deixando lá mas nunca me acostumei com ela, rearrumar os móveis da minha casa e deixá-la do jeitinho que eu sempre quis.

E você, já reorganizou sua casa?

Beijos e até mais

2 comentários:

Danielle Masi disse...

amiga, eu ainda não organizei a minha casa, literalmente! rsss
bom, acho q tudo que incomoda tem q ser mudado, de um jeito ou de outro, quem é forte e criativo acha um jeito. algumas fatalidades da vida não podem ser mudadas, mas podem ser amenizadas.

eu penso que devemos agarrar as oportunidades mesmo q elas não sejam as ideias. pode não ser o que eu sonhei prá mim, mas encaro como experiência existencial.

sabe o ditado: de grão em grão, a galinha enche o papo? então! de experiência em experiência eu vou me resolvendo, me conhecendo, aprendendo e vivendo! da melhor maneira possível.

bjos, fe

Fê Miceli disse...

Todo nós!!!!!